A autarquia são-brasense comemora este sábado o 11º aniversário da atribuição do nome de patrono Manuel Francisco do Estanco Louro à Biblioteca Municipal, com uma mesa redonda intitulada “A Memória Cristalizada na Palavra”, que tem lugar às 16:00 na Sala João Belchior Viegas, daquela Biblioteca.
Este encontro propõe uma reflexão sobre os estudos etnolinguísticos que o emérito professor Dr. Manuel Francisco do Estanco Louro legou, “A Memória Cristalizada na Palavra” pretende reunir os depoimentos de estudiosos, curiosos e interessados na vida e obra de Estanco Louro sobre o legado dos seus estudos para a investigação atual e sobre o seu exemplo ético de cidadão empenhado no progresso.
Integrada no Ciclo de Conferências do Centenário do Município esta mesa redonda conta com a orientação da Professora Doutora Isabel Cardigos e do Professor Doutor Rui do Estanco Junqueira Lopes, neto de Estanco Louro.
Manuel Francisco do Estanco Louro pertenceu à geração mais jovem dos fundadores do Concelho de São Brás de Alportel. Sempre presente nos momentos mais marcantes, como a luta pela criação de um ramal dos caminhos-de-ferros, de escolas, de estradas, entre outros.
Este distinto professor e investigador são-brasense notabilizou-se no campo das letras. Publicou vários títulos sobre estudos literários e linguísticos, mas a sua obra fundamental, no âmbito da filologia, da toponímia e da dialetologia algarvias, permanece inédita.
A sua obra editada mais conhecida é “O Livro de Alportel”, considerada hoje um modelo dos estudos etnográficos produzidos na viragem do século XIX para XX, que pretendiam legitimar o estatuto científico da etnografia. Esta obra consistiu no estudo minucioso da população, território e economia do concelho, que o autor considerava fundamental para qualquer plano de desenvolvimento a ser concebido pelas entidades políticas e administrativas.