Viajar da Europa à Austrália num voo com a duração de 90 minutos, ou de Los Angeles a Londres em apenas uma hora, pode ser o sonho de alguns, mas não deixa de ser para já um desafio para os cientistas do DLR, o Instituto de Sistemas Espaciais Alemão, que trabalham numa versão de modelo de voo hipersónico, capaz dessa e de outras proezas.
O SpaceLiner é um conceito recuperado do arquivo do DLR, que tinha sido abandonado em 2007 provavelmente por razões económicas, mas que volta a avançar, projetando para 2030, o protótipo hipersónico e sub-orbital, para o transporte intercontinental de passageiros.
Pensado inicialmente para transportar 50 passageiros e dois tripulantes, os cientistas já trabalham a versão de 100 passageiros, por exigência da rentabilização económica, viável nas longas distâncias (> 9000 km), considerando que pretende reduzir muito significativamente os tempos de voo.
Este veículo totalmente reutilizável, é composto por duas secções, o propulsor não tripulado, alimentado por hidrogénio líquido e oxigénio e a cápsula de transporte que depois de lançada, dispara a uma velocidade vinte vezes superior à velocidade do som, para chegar ao destino programado, dentro do tempo anunciado.
Para os ideólogos do projeto, o tráfego aéreo Intercontinental é um mercado com enorme potencial de crescimento, o que justifica o projeto, uma vez que desde o fim do Concorde, as viagens intercontinentais, ficaram limitadas à baixa velocidade do sub-sónico, em voos multi-hora.
O projeto de tecnologia espacial que tem um custo estimado na ordem dos trinta mil milhões de euros, terá aplicação imediata nas viagens intercontinentais, mas não pretende atrair somente os mercados de negócios e lazer, afirmando-se como subproduto, capaz de reduzir consideravelmente, o custo do transporte espacial em órbita.
