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Smarter Cities divulgou recomendações para Faro

A equipa internacional de executivos da IBM pertencente ao Projeto Smarter Cities Challenge, que desde há tres semanas se encontram em Faro, a identificar oportunidades nas áreas da inovação, turismo e economia do mar para a cidade de Faro e para a região do Algarve, apresentaram ontem as primeiras conclusões do trabalho realizado.

Tendo como objetivo fazer da região, um local ainda melhor para viver e trabalhar, o relatório apresentado ontem aborda novas oportunidades, recomenda estratégias e projetos, nas áreas da formação, da inovação, do turismo e da economia do mar.

Para António Raposo de Lima o Presidente da IBM Portugal “A  cidade de Faro está de parabéns por esta conquista alcançada para o Município e para os seus cidadãos, mas também para Portugal. Com uma abordagem prática e pragmática, a  implementação destas recomendações, pode e deve ser traduzida em projetos reais, tornando a cidade de Faro e a região do Algarve referências globais, na Europa e no mundo”.

Rogério Bacalhau, o Presidente da Câmara Municipal de Faro, congratulou-se pelo previlégio e adiantou que “Faro é uma cidade do Mar. Faz, pois, todo o sentido que seja nesta área que a IBM nos tenha premiado como uma Smarter City. Estamos gratos por este alto reconhecimento e perfeitamente conscientes da responsabilidade que será implementar as recomendações que aqui nos são feitas. O desafio começa agora”.

O trabalho realizado pelos cinco executivos da IBM traduziu-se no contato direto com a diversas partes interessadas, nomeadamente, Secretário de Estado do Mar, Câmara Municipal, Universidade, CCDR, entidades públicas, associações locais, pequenos e médios empresários, com vistas de avaliação, análise e recomendação de melhorias estruturais na cidade de Faro e região limitrofe.

A equipa multidisciplinar da IBM, composta por um diretor de Water Research, uma Senior Managing Consultant, uma líder de Recursos Humanos, um Diretor de um Centro de Excelência de Serviços e um líder de Smarter Cities, apresentará dentro de algumas semanas um relatório mais completo, por escrito.

Os consultores chegaram a um leque variado de conclusões, e os resultados foram agrupados em três grandes categorias: Inovação, Economia e Turismo.

De entre as conclusões, destaca-se um nível baixo de colaboração entre os diferentes atores, regionais e nacionais, em algumas áreas críticas para a região e a ineficiente utilização de dados para melhorar a economia. Por outro lado, constatou-se que as oportunidades de negócio e de inovação, embora existentes, necessitam de uma utilização mais inteligentes dos dados através de uma significativa melhoria na colaboração entre o setor público e o privado.

Um outro aspeto que foi referido, tem a ver com a excessiva dependência da economia regional, com as atividades relacionadas com o turismo, que sendo de caráter sazonal, sugerem que os jovens obtenham competências especializadas focadas nas profissões ligadas à economia do mar.

Perante este quadro, os resultados de cada categoria foram desenvolvidos dentro de um contexto global e regional, tendo dado origem a seis recomendações:

Inovação

1. – Criar uma Plataforma aberta de dados: um ecossistema de Open Data escalável, em tempo real, permitindo  análise preditiva e que possa sustentar o crescimento económico da região através de conhecimento, inovação, intercâmbio e consumo de informação.

2. – Formar e capacitar o mercado de trabalho para maximizar a Economia do Mar: criar um centro de inovação para a especialização, a fim de capacitar a força de trabalho existente, atrair a geração mais jovem e melhorar as capacidades especializadas, de modo a apoiar a força de trabalho futura e a diversidade económica relacionada com o mar.

Economia do Mar

3. – Aproveitar melhor os recursos naturais sustentáveis através de projetos público-privados de Investigação & Desenvolvimento: Incrementar a colaboração entre centros de I&D explorando os dados provenientes de sensores marítimos a partir de novos modelos preditivos e analíticos e de otimização, para melhorar a eficiência dos negócios e garantir a sustentabilidade dos recursos naturais.

4. – Criar uma cadeia de valor de colaboração regional, para maximizar os benefícios económicos do Mar do Algarve: gerida como plataforma de serviços partilhados numa parceria público-privada, agregando os municípios do Algarve e outras entidades locais.

Turismo

5. – Melhorar o turismo através de uma estratégia de branding integrada: Agregando as diferentes marcas relacionadas com o Algarve, criando uma identidade única e diferenciadora para os produtos e serviços da região do Algarve, tirando partido das redes sociais e de sistemas inteligentes de marketing social

6. – Ultrapassar o turismo sazonal através de experiências personalizadas: captar novos turistas e fidelizar os existentes, promovendo o acesso a mais produtos exclusivos do Algarve, tais como o artesanato, a cultura, a gastronomia, o golfe, as atividades de  desportos náuticos e o turismo de natureza, através de ofertas personalizadas e disponíveis em tempo real, adaptadas aos gostos individuais de cada turista e acessíveis através de apps específicas.

RECOMENDAÇÕES DETALHADAS:

Inovação

1. – Criar uma Plataforma aberta de dados: um ecossistema de Open Data escalável, em tempo real, permitindo  análise preditiva e que possa sustentar o crescimento económico da região através de conhecimento, inovação, intercâmbio e consumo de informação

Um dos pareceres fundamentais da maioria dos stakeholders que contribuíram para o processo de coleta de dados é que existe a necessidade clara de uma troca aberta de informações e de uma colaboração a todos os níveis da economia. Constata-se ainda uma cultura de trabalho fragmentada, em que as atividades não são conduzidas de forma proativa a partir das informações disponíveis.

A oportunidade de trabalhar numa ótica de colaboração digital através de um ecossistema de dados abertos é um investimento fundamental que deve ser feito de forma a posicionar Faro e o resto do Algarve conduzindo a economia da região a um nível superior. Para tal, a inovação colaborativa e a troca de informações é fundamental.

2. – Formar e capacitar o mercado de trabalho para maximizar a Economia do Mar: criar um centro de inovação para a especialização, a fim de capacitar a força de trabalho existente, atrair a geração mais jovem, e melhorar as capacidades especializadas, de modo a apoiar a força de trabalho futura e a diversidade económica relacionada com o mar.

A aquisição de competências e a especialização é vital para que a economia possa competir e crescer, particularmente numa era de integração económica e de mudança tecnológica. Um quadro de crescimento forte, sustentável e equilibrado é a base para um mercado de trabalho que pode beneficiar da inovação e do investimento em novas tecnologias inovadoras como por exemplo soluções baseadas em tecnologias de Gamification.

Economia do Mar

3. – Aproveitar melhor os recursos naturais sustentáveis através de projetos público-privados de Investigação & Desenvolvimento: Incrementar a colaboração entre centros de I&D explorando os dados provenientes de sensores marítimos a partir de novos modelos preditivos e analíticos e de otimização, para melhorar a eficiência dos negócios e garantir a sustentabilidade dos recursos naturais.
Faro e o Algarve estão bem posicionados para tirar proveito dos recursos naturais disponíveis, mas o potencial que a I&D pode trazer para o setor marítimo não está bem explorado.  A Ria Formosa oferece um laboratório natural para o crescimento eficiente e sustentável da aquacultura, por exemplo. Transformando a Ria Formosa numa ‘lagoa digital’ permitirá a coleta de dados e a análise preditiva para  otimizar e promover variadas atividades.

4. – Criar uma cadeia de valor de colaboração regional, para maximizar os benefícios económicos do Mar do Algarve: gerida como plataforma de serviços partilhados numa parceria público-privada, agregando os municípios do Algarve e outras entidades locais.

Esta cadeia de valor será monitorizada por um Observatório Operacional, a partir de informação reunida numa plataforma de Open Data, que ficará responsável pelo acompanhamento e a gestão das infraestruturas públicas mais críticas do Algarve e pela criação de condições para melhorar a eficiência no apoio às atividades económicas.

Todo este valor adicional será disponibilizado a empresas, cidadãos e entidades públicas através da plataforma colaborativa que, através de redes sociais, de tecnologias de Gamification, de dispositivos móveis e serviços web tradicionais, fornecerá informação e analítica abrangentes e de fácil utilização.

Turismo

5. – Melhorar o turismo através de uma estratégia de branding mais inteligente e integrada: Agregando as diferentes marcas relacionadas com o Algarve, criando uma identidade única e diferenciadora para os produtos e serviços da região do Algarve, tirando partido das redes sociais e de sistemas inteligentes de marketing social

Embora a cidade de Faro deva desenvolver a sua própria identidade, também a marca Algarve deve ser reforçada para desenvolver uma identidade única que defina a região. Os dados podem ser usados para desenvolver campanhas de marketing digital, de publicidade, promoções e ofertas mais eficazes e com maior personalização. Ouvir o turista a partir das plataformas sociais pode ajudar a traçar o perfil e o segmento, consolidar a marca, identificar os principais influenciadores do mercado e identificar novas oportunidades de interagir com o viajante.

Os turistas estão cada vez mais conectados e baseiam-se em websites de relatórios de viagens e nas redes sociais para planearem as suas viagens e para partilharem experiências. As redes sociais, os tweeters e os bloggers são cada vez mais influentes.

6. – Ultrapassar o turismo sazonal através de experiências personalizadas: captar novos turistas e fidelizar os existentes, promovendo o acesso a mais produtos exclusivos do Algarve, tais como o artesanato, a cultura, a gastronomia, o golfe, as atividades de  desportos náuticos e o turismo de natureza, através de ofertas personalizadas e disponíveis em tempo real, adaptadas aos gostos individuais de cada turista e acessíveis através de apps específicas.

Faro e o Algarve tornaram o turismo na força motriz da sua economia mas é necessária uma estratégia para a criação e comercialização de turismo personalizado para a região. Três exemplos de áreas de turismo personalizado em que o Algarve já está envolvido e em que se pode tornar um líder europeu são o Turismo Médico, Ecológico e Autêntico. Estas três áreas tiram partido dos pontos fortes do Algarve e é necessário que sejam criadas abordagens digitais para a identificação e marketing desses nichos. Esta recomendação fornece um plano para a criação de uma parceria público-privada que apoie o turismo personalizado no Algarve.

[box type=”shadow” align=”aligncenter” width=”620″ ]Lançado em 2010, o Programa Smarter Cities Challenge, enquanto parte integrante dos programas de Cidadania Corporativa da Companhia, e tem por objetivo criar cidades mais inteligentes em todo o mundo e endereçar alguns dos maiores desafios enfrentados pelos centros urbanos. Nos últimos três anos, 100 cidades em todo o mundo receberam este apoio em consultoria, envolvendo um investimento global na ordem dos 50 milhões de dólares, o maior investimento de sempre da IBM na área de Cidadania Corporativa.[/box]




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