Vila Real de Santo António recebe de 3 e 5 de junho, a IX Reunião do Conselho Mundial do Projeto José Martí para a Solidariedade Internacional, evento que tem lugar pela primeira vez na Europa e que se estende às quatro cidades do sul da Península Ibérica, Vila Real de Santo António, Faro, Huelva e Sevilha, na qual vão estar presentes um conjunto de personalidades do mundo ibero-americano.
Esta reunião organizada em parceria com a Universidade do Algarve, tem prevista a realização de uma série de conferências e sessões de reflexão, nas quais participam personalidades como Frei Betto, o Teólogo brasileiro, Raúl Torres, Presidente da Casa de Cultura do Equador, Pedro Monreal, Representante da UNESCO e Hectór Hernández Pardo, Coordenador Executivo do Projeto José Martí para a Solidariedade Internacional, entre outros.
Para Luís Gomes, presidente da Câmara Municipal de VRSA, “a realização desta conferência em Portugal, particularmente em VRSA, constitui uma oportunidade de aprofundamento os laços de solidariedade entre os continentes europeu e americano e representa um desafio na forma de observar e avaliar as diferentes correntes políticas e de pensamento mundiais”.
“De forma inédita, vamos receber, no nosso país um conjunto de pensadores de reconhecida influência ideológica e filosófica, facto que cimenta a longa parceria já estabelecida entre VRSA e a República de Cuba ao nível da cultura, saúde, solidariedade e desenvolvimento”, afirmou Luís Gomes.
O Conselho Mundial José Martí tem como missão coordenar todos os eventos que se destinem a homenagear o influente pensador, poeta, político e filósofo cubano José Martí, nascido há 160 anos, a 28 de janeiro de 1853.
Sobre: José Julián Martí Pérez
Político, pensador, jornalista, filósofo, poeta, criador do Partido Revolucionário Cubano (PRC) e organizador da Guerra de 1895, ou Guerra Necessária. O seu pensamento transcendeu as fronteiras da sua Cuba natal para adquirir um caráter universal. Ficou também conhecido como «El apóstol».
José Martí foi o grande mártir da Independência de Cuba, em relação à Espanha. Além de poeta e pensador fecundo, demonstrou, desde jovem, inquietude cívica e simpatia pelas ideias revolucionárias que existiam entre os cubanos.
Influenciado pelas ideias de independência de Rafael Maria de Mendive, seu mestre na escola secundária de Havana, iniciou a sua participação política escrevendo e distribuindo jornais com conteúdo separatista no início da Guerra dos Dez Anos. Com a prisão e deportação do seu mestre Mendive, cristalizou-se a atitude de rebeldia que Martí nutria contra o domínio espanhol.
Em 1869, com apenas dezasseis anos, publicou a folha impressa separatista «El Diablo Cojuelo» e o primeiro e único número da revista «La Patria Libre». No mesmo ano, passou a distribuir um jornal manuscrito intitulado «El Siboney». Pouco depois, foi preso e processado pelo governo espanhol por estar na posse de papéis considerados revolucionários.
Em 1871, com a sua saúde debilitada, a família conseguiu um indulto e obteve a permuta da pena original pela deportação à Espanha. Em Espanha, Martí publicou, naquele mesmo ano, o seu primeiro trabalho de importância: «El Presidio Político en Cuba», no qual expôs as crueldades e os horrores vividos no período em que esteve preso. Nesta obra já se encontravam presentes o idealismo e o estilo vigoroso que tornariam Martí conhecido nos círculos intelectuais da sua época.