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O Algarve vai integrar nova rota turística internacional

O Algarve vai integrar uma nova rota turística internacional, que pretende mostrar os costumes e o legado árabe construído durante a dinastia Omíada, ao longo de mais de 300 anos, referiu Alexandra Gonçalves, a diretora regional de Cultura do Algarve em declarações à agência Lusa.

O itinerário pretende divulgar o património edificado, entre castelos e outras construções erguidas durante o califado Omíada, entre os séculos VIII e XI, mas também as tradições herdadas desse período e que ainda hoje persistem.

Nas ruínas do castelo velho de Alcoutim, construído durante aquele califado, foram encontrados 39 tabuleiros de jogos, o maior conjunto de jogos omíadas da Península Ibérica descoberto num único sítio arqueológico, entre os quais o Jogo do Galo, que ainda hoje é popular e que era jogado pelos árabes no Algarve há mais de dez séculos.

“Num único sítio arqueológico não apareceu, até ao momento, nenhuma coleção com esta dimensão, com cerca de 39 tabuleiros de jogos inteiros ou fragmentados”, disse à Lusa Fernando Dias, técnico de Património Cultural da Câmara de Alcoutim, frisando que o Jogo do Galo já era jogado antes por egípcios, gregos e romanos.

Os tabuleiros de xisto gravados com os jogos estão em exposição no Museu Arqueológico de Alcoutim, situado no interior do outro castelo da vila, e o entusiasmo inicial das crianças que visitam a exposição desvanece-se assim que se apercebem de que os jogos não passam de fragmentos de pedra.

“Quando temos visitas no nosso castelo e falamos de uma exposição de jogos, eles ficam todos contentes e chegam lá dentro e a primeira reação é: ‘pedras’, porque se calhar estão à espera de uma coisa com mais ação, com música e com movimento”, contou o responsável.

A rota Omíada, que inclui informação e sinalética que deverá começar a ser colocada em 2016, é também uma forma de combater a sazonalidade do turismo do Mediterrâneo, abrangendo, além de Portugal, a Espanha, a Itália, a Tunísia, o Egito, a Jordânia e o Líbano, sublinhou a diretora regional de Cultura.

“A ideia é promover um produto que no Algarve, até ao momento, não tem tido uma força que se torne uma alavanca para o turismo regional, muito centrado no litoral, enquanto esta rota traz o turista para a serra e para o barrocal, que é onde estão concentrados a maioria destes vestígios”, observou.

Segundo Alexandra Gonçalves, o objetivo passa também por conseguir cativar os turistas com outros perfis de interesse, que se “preocupam com a paisagem e com a herança cultural e histórica”, ao mesmo tempo que se ajuda a reforçar a componente da identidade algarvia alicerçada nas raízes árabes.

“Há uma presença forte do património árabe no Algarve, desde a toponímia aos costumes. É bom usarmos aquilo que nos marca para promover também o Algarve”, considerou.

Representantes dos sete países envolvidos estiveram durante a última semana no Algarve ao abrigo do Encontro Internacional de Turismo Cultural — Projeto Umayyad e visitaram alguns dos locais que, na região, integram a rota.

Alcoutim, Aljezur, Cacela-Velha, Estoi, Silves, Tavira, Vila Real de Santo António, Alvor, Faro, Vilamoura, Cabo de São Vicente, Monchique e São Brás de Alportel já constam no mapa da rota que percorre caminhos antigos da região.




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