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O 1º Encontro Empresarial de Faro reuniu centenas de participantes!

eempresarial2 _mnO 1º Encontro Empresarial de Faro, promovido pela AmbiFaro na passada 5ª feira, contou com mais de uma centena de participantes para assistir às comunicações sobre a Economia do Mar, a Internacionalização e a Dinâmica Empresarial.

Faro tem de assumir a Economia do Mar seguindo a sua vocação marítima e aproveitando as potencialidades tanto do Oceano Atlântico, como da Ria Formosa, um sector que tem todas as condições para se expandir com margens de crescimento económico bastante significativas.

É de realçar que com a extensão da plataforma continental, Portugal terá quase 4 milhões de km2, o que significa um território marinho 40 vezes superior ao terrestre, passando Portugal a ser um dos maiores países do mundo, em que 97% de Portugal passa a ser mar!

Mas para que Portugal e consequentemente o Algarve possam ser mais competitivos neste sector é fundamental aumentar a produtividade e a rentabilidade das actividades ligadas ao mar, sendo premente apostar na desburocratização de alguns processos e existir incentivos e apoios ao investimento a que se alia a aposta na via da inovação tecnológica e da ciência, onde a Universidade do Algarve e os seus Centros de Investigação têm estado a desenvolver um excelente trabalho nesta área e é com naturalidade que assumem-se como parceiros estratégicos, partilhando conhecimento, novas metodologias e novos processos.

As actividades tradicionalmente associadas ao Mar têm vindo a perder dimensão e importância na economia algarvia. Entre 2004 e 2012 assistiu-se à diminuição do número de empresas (-12%), do pessoal ao serviço (-15%), do volume de negócios (-8%), do VAB empresarial (-12%) e também dos pescadores matriculados (-22%), o que traduz a tendência de declínio com que o sector se tem confrontado e que importa inverter.

Apesar de tudo, o Algarve continua a ter uma posição de destaque no Mar a nível nacional. Refira-se, como exemplo, que em 2103 a região registava cerca de 16% dos pescadores matriculados, perto de 15% das capturas e 19% do valor do pescado nacional, 35% da produção e 50% do valor aquícola do país, 96% da cota de produção de sal e 37% dos postos de amarração de recreio. Fica claro por este retrato que o setor, apesar de registar regressão ligeira e contínua nas últimas décadas, mantém um contributo para a economia nacional muito superior à dimensão territorial, económica e demográfica da região.

No painel da Internacionalização e Dinâmica Empresarial, no que respeita particularmente à região algarvia, 2014 trouxe a confirmação de que sem as receitas do sector do turismo, Portugal ainda hoje estava numa clara recessão. O Turismo vale 10% do PIB e é sem dúvida o principal sector exportador do País. Contudo, a região não pode ter a dependência económica que tem deste sector tanto mais que haverá pouca margem de crescimento para uma região que já fez, há muitos anos, uma aposta crucial no Turismo como meio único de subsistência. Portanto há que diversificar as novas apostas de investimento como forma de equilibrar o tecido empresarial algarvio.

Sobre o tecido empresarial algarvio, é de destacar o facto de mais de 99% das empresas serem PME e dessas, 84% são microempresas. É no Algarve central onde se situam a esmagadora maioria das empresas, com especial destaque para os concelhos de Faro e Loulé que juntos representam mais de 44% do tecido empresarial algarvio. Outro dado importante é que a rentabilidade do negócio caiu consideravelmente entre 2007 e 2013 (período da crise económica e financeira que assolou o país) e quase 30% das empresas encontram-se em falência técnica, valor esse que pouco varia do resto do país. No entanto, com os sinais de retoma que a economia portuguesa está a apresentar, é natural que estes números venham a melhorar.

O Algarve apresenta o tecido empresarial mais reduzido (5%) do País e, de acordo com o Eurostat, é a 5ª região europeia com menor taxa de emprego industrial. Neste ambiente, a região alicerça o seu modelo produtivo em actividades transformadoras e em serviços pouco intensivos em conhecimento, em mão-de obra intensiva e, no caso da indústria, na exploração intensiva de recursos naturais, em particular na alimentar e na fabricação de outros produtos minerais não metálicos.

De acordo com a terminologia da OCDE, sendo uma Região “non S&T-driven”, o Algarve caracteriza-se não apenas por um nível muito reduzido de despesa em I&D, como também pela sua concentração no sector do Ensino Superior. Não obstante, os trabalhos preparatórios da região dão conta de dinâmicas de inovação empresarial com base numa lógica interna (modelo DUI – Doing, Using, Interacting: Fazer, Utilizar, Interagir), isto é, mais baseada na acumulação de conhecimento técnico pela via da experiência produtiva e da aprendizagem complementada por interações entre empresas (com concorrentes, fornecedores ou clientes) ou entre estas e prestadores de serviços tecnológicos. Refira-se, aliás, que os dados mais recentes do Regional Innovation Scoreboard (2014) dão conta de uma melhoria significativa da posição relativa do Algarve no contexto das regiões europeias. Assim, para os apuramentos disponíveis, relativos aos anos de 2007, 2009 e 2011, verificam-se progressões continuadas nos casos de Lisboa, do Centro, do Norte e do Algarve e progressões mais ténues nas outras três regiões.

Em conclusão é de realçar a necessidade de diversificar mercados e alargar a base exportadora, tanto mais que entre 2009 e 2013 o número de empresas exportadoras em Portugal aumentou 28% e que as exportações portuguesas ascenderam a 70,2 mil milhões de euros o que traduz um aumento de 2,5% face ao ano anterior. O saldo comercial foi positivo em 2,0 mil milhões de euros, tendência que importa manter e até ampliar.




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