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Lagos homenageou o Infante D. Henrique, o Navegador!

À semelhança de anos anteriores, o Município de Lagos prestou homenagem à memória do navegador Infante D. Henrique, numa cerimónia que celebrou os 554 anos sobre a sua Morte e que decorreu na passada quinta feira (13), na Praça com o seu nome.

Esta cerimónia, que é organizada anualmente pela Câmara Municipal de Lagos, contou com a participação de uma Secção de Fuzileiros da Marinha Portuguesa, que se associou mais uma vez mais à celebração da efeméride.

Foram vários os convidados que marcaram presença neste tributo que decorreu junto à estátua do Navegador, nomeadamente, o executivo municipal, deputados municipais, presidentes das juntas de freguesias, o Comandante da Zona Marítima do Sul, o Capitão do Porto de Lagos e demais autoridades militares e civis. Estiveram igualmente presentes centenas de crianças que participaram em diversas atividades didáticas, nas quais ficaram a conhecer melhor as principais figuras e acontecimentos históricos, do período dos Descobrimentos Portugueses.

Depois de prestada a homenagem à memória do Infante e aos 554 sobre a sua morte, com a deposição de uma coroa de flores, usou da palavra o capitão de mar e guerra Paulo Manuel José Isabel, Comandante da Zona Marítima do Sul, que começou por se afirmar “honrado em participar nesta homenagem a tão importante navegador português, e a quem bem sabemos o quanto somos devedores”. Para este responsável máximo da Zona Marítima do Sul, “é com agrado que a Marinha Portuguesa participa nesta cerimónia que evoca a memória de alguém que nunca aceitou os desafios que a terra impôs e que descobriu no Mar um novo desafio”. Paulo Isabel terminou defendendo que “o simbolismo da figura do Infante é uma referência que devemos sempre manter”, sendo que a melhor forma de manter viva a sua memória é “seguir o seu exemplo de empreendedorismo. O nosso futuro está indiscutivelmente ligado ao mar…assim o saibamos construir”, referiu a terminar a sua breve intervenção.

Por sua vez, a Presidente da Câmara Municipal de Lagos, Maria Joaquina Matos, relembrou na sua alocução que mais uma vez “nos reunimos aqui junto à estátua do Infante nesta singela, mas importante e simbólica homenagem, que deveremos repetir ano após ano… e SEMPRE!”

Lembrando que “a nova idade em que os Povos começavam a estar em contacto, partilhando ideias e valores, promovendo a troca de conhecimentos e bens materiais, passou por Lagos, passou pelo Infante, e foi em seu nome que durante quarenta anos se navegou”, a autarca defendeu que “o espírito vencedor do Infante, a sua força de vontade e o seu empreendedorismo são valores que devemos ter como exemplo a seguir nos dias de hoje”. A intervenção da presidente foi concluída com a leitura de um poema de Miguel Torga:

O Infante

Na bandeira das almas há uma alma
Que pesa mais no prato da balança;
Irradia vontade e confiança,
E os seus olhos videntes
Iluminam os outros penitentes.

O além do mundo, embora mundo ainda,
É tenebroso.
E só o génio animoso
Dum inspirado
Tem a coragem nova de enfrentar
O medo acomodado
Que não deixa passar.

Segue ele à frente, pois, o espírito audaz,
Que só ele é capaz,
De ir à frente e de ser o derradeiro.
Guia de todos os descobrimentos,
É sempre ele o gageiro,
Com nomes vários nos vários momentos.

Miguel Torga, «O Infante», in Poemas Ibéricos, Publicações Dom Quixote

Nascido no Porto em 1394, o Infante faleceu a 13 de novembro de 1460, em Sagres. A partir desta terra, em Lagos e no restante território atualmente correspondente à área geográfica de influência da “Terras do Infante – Associação de Municípios” – Lagos, Aljezur e Vila do Bispo -, empreendeu a gigantesca operação de descoberta do mundo além mar, etapa inicial e impulsionadora do processo de globalização que hoje se vive à escala planetária.




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