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Investigação premiada analisa saida dos médicos do SNS!

Muito se tem especulado sobre a forma como os médicos portugueses a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde estão a reagir à crise económica, preferindo emigrar ou optando pelo setor privado, mas até hoje, o tema não tinha sido alvo de pesquisa científica.

O Prémio Santander Totta/Universidade NOVA de Lisboa 2014 é atribuído hoje, em cerimónia que decorre na Reitoria da Universidade NOVA, a um projeto de investigação coordenado pelo investigador Giuliano Russo, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), que visa avaliar o impacto da crise económica nos médicos e identificar medidas para aliviar os seus efeitos sobre os trabalhadores da saúde e os utentes dos serviços.

Através de entrevistas, grupos focais e inquéritos, pretende-se compreender e medir o comportamento dos médicos face à mudança das condições de trabalho, em dois Agrupamentos de Centros de Saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo, bem como avaliar as consequências na variação da força de trabalho, disponibilidade e qualidade dos serviços oferecidos.

O estudo premiado será desenvolvido em colaboração com a NOVA Business School of Economics (Nova SBE) e a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), reunindo uma equipa multidisciplinar de investigadores de economia e gestão da saúde, saúde pública e estatística. Além de Giuliano Russo, a equipa de investigação integra Paulo Ferrinho, Luzia Gonçalves e Luís Lapão, do IHMT, Pedro Pita Barros, da Nova SBE, e Julian Perelman, da ENSP.

Os primeiros resultados deverão estar disponíveis no final de 2015 e poderão constituir um contributo útil para a definição de políticas e para o planeamento dos recursos humanos médicos em Saúde.

«Se o estudo mostrar que muitos médicos estão a deixar o País, com consequências claras de abandono de serviços, os políticos deverão ter em conta, que o modelo que estão a utilizar para organizar os serviços públicos já não funciona neste contexto de crise económica prolongada. Neste cenário, imaginamos que terá de se pensar em incentivos e quadros diferentes, e alterar as políticas de retenção. Por outro lado, se o estudo mostrar que não há fugas de médicos para o exterior mas apenas para o setor privado, terá que se pensar numa organização de serviços que possibilite aos médicos o incentivo de acumularem funções no setor público e no privado, tentando contudo mantê-los no público. O objetivo não pode ser reter quadros desmotivados no público, quando não lhes podemos pagar o suficiente. Esta alteração exigirá alguma criatividade e dar alguma liberdade aos profissionais pessoas», explica o coordenador do estudo, Giuliano Russo.




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