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Apelo a uma estratégia de redução de gases de efeito estufa

Apelo a uma estratégia de redução de gases de efeito estufa

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), lança o apelo para uma estratégia nacional de combate à redução dos gases com efeito de estufa, com contributo de todos.

Com o aproximar do Dia Mundial do Ambiente que se celebra a 5 de junho, os alertas têm sido muitos, baseados em dados que confirmam que o clima mudou e continua a mudar. O ano de 2015 foi considerado o mais quente desde que há registo, com a Organização Mundial de Saúde a estimar que as alterações climáticas já estejam a custar 150 mil vidas todos os anos.

Por cá, os números do Instituto Português do Mar e da Atmosfera revelam que o passado mês de abril foi o mais quente dos meses homólogos desde há 86 anos, estando 96% do território nacional em situação de seca.

“O aquecimento global causado pela emissão de gases com efeito de estufa é a maior ameaça à sobrevivência do homem e do planeta que já enfrentamos”, confirma Luís Campos, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI). É por isso que, acrescenta, dando voz às recomendações da Sociedade que preside, “os médicos, enquanto cidadãos, pais e cuidadores têm a obrigação ética de se envolverem neste alerta global porque as alterações climáticas já estão a afetar a vida dos nossos doentes e vão condicionar o futuro dos nossos filhos e dos cidadãos em geral”.

Em Portugal, “em 2016 arderam 160 mil hectares, o correspondente a 160 mil estádios de futebol, o valor mais elevado desde há uma década. Em 2013, a onda de calor em Portugal foi responsável por 1.700 mortes.” Mudanças que têm reflexos na saúde. “Vão acentuar-se as consequências diretas do calor, que já afetam principalmente os idosos, as crianças, os sem-abrigo e outras populações mais vulneráveis”, refere o presidente da SPMI. “Com a poluição do ar estão a aumentar também as doenças alérgicas e a asma, mas vão também aumentar as doenças transmitidas por vetores, como sejam a malária, o dengue, chikungunya”, etc., e as doenças relacionadas com a qualidade da água. “A escassez de água e alimentos agravarão a fome, a malnutrição e a diarreia. A degradação do ambiente e dos ecossistemas acentuarão os movimentos migratórios, os conflitos e as doenças mentais. As catástrofes naturais provocarão muitas mortes violentas. No fim, será a própria sobrevivência do homem que está ameaçada.”

A SPMI considera, por isso, que “há um sentido de urgência e de responsabilidade colectiva que é importante intensificar. Nós médicos, e os internistas em particular, que lidamos já com as consequências na saúde, particularmente das populações mais vulneráveis, provocadas pelas alterações climáticas, temos obrigação de intervir publicamente nesta causa.”

Razões de sobra que levam a SPMI, a propósito do Dia Mundial do Ambiente, que se assinala a 5 de junho, a tomar posição pública e a emitir recomendações sobre este tema, pedindo “que sejam intensificadas, a nível nacional e a todos os níveis de responsabilidade da sociedade, medidas com impacto na redução da emissão de gases com efeito de estufa” e que, “no setor da saúde, sejam adotadas medidas que o tornem um exemplo de compromisso com a proteção do ambiente, enquanto forma alternativa de defender a saúde das populações e se adote uma estratégia eficaz de resposta às consequências do aquecimento global que já se fazem sentir”.

A SPMI recomenda ainda que “as questões das alterações climáticas e a sua repercussão na Saúde sejam introduzidas na formação pré e pós graduada dos médicos; que cada internista, cada médico ou profissional de saúde seja um agente ativo na defesa de práticas sustentáveis para o ambiente que reduzam a emissão de gases com efeito de estufa e seja um educador da comunidade sobre os riscos para a saúde das alterações climáticas”.

A cada médico, a SPMI recomenda que “assuma, como obrigação ética, alertar a sociedade para as consequências do aquecimento global, enquanto defesa do direito à saúde; privilegie as deslocações a pé, de bicicleta ou de transportes públicos e opte por viaturas com menor emissão de gases; reduza o consumo de energia em casa e no trabalho; reduza o desperdício e o lixo; use a água de forma eficiente; reduza a carne na alimentação e consuma peixe que resulte de pesca sustentável; coma fruta e vegetais locais e sazonais e aumente o consumo de produtos biológicos; não beba água ou outras bebidas engarrafadas em garrafas de plástico”.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI)




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