O operador turístico Thomas Cook tem estado a vender pacotes de férias para o Algarve, mas os clientes acabam no Sul de Espanha, depois de terem viajado até Faro em voo da companhia, a partir de onde são transferidos para hotéis na Andaluzia, zona de Punta Umbria, no sul de Espanha.
O Daily Mail Online conta a história de June Burns, uma turista inglesa, cliente habitual da Thomas Cook cruzeiros, com quem viajou várias vezes, mas que desta vez fazia questão de conhecer o Algarve, uma região de Portugal que não conhecia e onde pensava fazer umas férias de sonho.
Feita a reserva na agência da Thomas Cook de Trafford Centre em Manchester e recebida a confirmação para uma “viagem de sete dias no Algarve”, pela qual pagou 1,247 £, June e os amigos prepararam a bagagem, armadas com a confirmação e a cabeça cheia de belas aldeias, montes e praias de areia branca, mas no Aeroporto de Faro a viagem ganhou um rumo inesperado.
Só quando chegaram ao Punta Umbria Beach Hotel é que perceberam que não estavam em Portugal e quando reclamaram junto da representante da agência, esta apenas lhe respondeu que seria difícil transferi-los porque não tinha outra opção.
Passaram os sete dias em Punta Umbria, perto de Huelva, num local onde segundo a lesada, “ficamos presos em Espanha, no meio do nada. É o tipo de lugar onde toda a gente se senta durante todo o dia, à beira da piscina. Acabei por gastar uma fortuna em viagens para Sevilha, uma cidade que já conhecia”.
Quando voltou para a Inglaterra, June Burns queixou-se ao operador turístico, que lhe devolveu 200 libras como indemnização, depois do caso ter passado ao domínio da imprensa, mas a cliente afirma que continua à espera da viagem para o Algarve, por isso vai continuar a exigir à Thomas Cook essa reparação.
Segundo o Daily Mail, algumas agências de viagens referem nos seus programas, a Costa de la Luz como “o Algarve espanhol”, mas o Hotel Punta Umbria Beach não está no Algarve, escreve o articulista daquele diário online.
O ARDIL do operador inglês já tem seguidores em Espanha!
Entretanto a Agência Lusa reporta hoje a indignação de Desidério Silva, o Presidente da Entidade de Turismo do Algarve, a propósito de um site dirigido ao mercado britânico, que promove propriedades situadas no “Algarve Espanhol”, em “estilo de vida luxuoso” apenas a 45 minutos do aeroporto de Faro e a preços 50% mais baratos que no Algarve português “sic”.
No site em causa lê-se que o “Algarve espanhol” cobre a parte oeste da costa da Andaluzia, estendendo-se por 261 quilómetros de costa, dotada de praias bem preservadas e sem demasiada construção, oferecendo “uma magnitude de empreendimentos de golfe de topo, que favorecem o turismo durante todo o ano”, onde se refere que o Algarve espanhol tem “excelentes infra-estruturas” e é facilmente acessível a partir dos aeroportos de Faro, Sevilha, Jerez e Gibraltar, servidos por voos low cost regulares com origem na maioria dos destinos europeus.
Para Desidério Silva, o Presidente do Turismo de Algarve, trata-se de um inaceitável “abuso da imagem e do nome do Algarve”. A Entidade Regional de Turismo quer impedir o uso abusivo do nome da região, tendo afirmado em declarações à Lusa: “Somos frontalmente contra este tipo de abuso da imagem e do nome do Algarve”, sublinhando que a instituição está a avaliar os mecanismos legais disponíveis para apresentar uma queixa às autoridades.
