A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) que acaba de ser constituida, é um movimento social que reune associações e cidadãos defensores do ambiente, tem como principal objetivo, a defesa da região de forma sustentada e a total oposição à exploração de petróleo no Algarve, informa hoje a agência Lusa.
A PALP alerta a população para os riscos inerentes à exploração de hidrocarbonetos na costa algarvia, quando a imprensa aponta para a realização das primeiras perfurações já este ano, consumando uma decisão política que considerou ser de uma gravidade extrema, ao deixar os algarvios à margem de um o processo que irá afetar decisivamente as suas vidas.
A total ausência de um debate público sério e responsável, sobre as consequências para a região de decisão desta natureza e o desconhecimento de qualquer estudo de impacto social e ambiental, são uma preocupação muito séria para a PALP “Nada se conhece do contrato entre o Estado e as empresas de exploração petrolífera. O silêncio e o secretismo político à escala governamental, regional e local sobre este assunto são ensurdecedores”, afirma o movimento em comunicado.
A Plataforma anunciou que vai pedir aos presidentes das 16 Câmaras do Algarve esclarecimentos sobre todas as decisões já tomadas no âmbito da exploração de hidrocarbonetos no Algarve e sobre as condições estipuladas no contrato de exploração entre o Estado e as empresas petrolíferas.
A exploração petrolífera em causa deverá ser realizada no mar, ao largo do Algarve, e é vista com muita apreensão pela PALP, que adverte para os possíveis impactos ambientais negativos e para a incompatibilidade entre uma região de turismo que se quer de excelência e a exploração de hidrocarbonetos.
Para a PALP, as perfurações são de alto risco, porque terão lugar numa zona de alta perigosidade sísmica e alertaram para as consequências de um eventual derrame acidental de hidrocarbonetos na costa, que representaria perdas de recursos para atividades igualmente importantes no Algarve, o Turismo, a pesca, a aquacultura e a salicultura.
A Repsol é uma das empresas que assinaram com o Estado Português um contrato para prospeção e exploração de gás natural e petróleo no Algarve, tendo já sido afirmado no passado mês de Julho, por Antonio Brufau o presidente da multinacional espanhola, que a companhia vai dar inicio à perfuração e prospeção de gás natural no Algarve no próximo ano.
Na altura a Quercus contestou a falta de estudos de impacte ambiental e de medidas de minimização dos impactos ou de procedimentos de atuação no caso de eventuais derrames, críticas que a PALP reitera.
