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O Algarve, numa noite com as “ARTIMANHAS DE MÔDE-ALI”!

E porque o Algarve não é somente sol e mar, ou noites escaldantes de som DJ, ontem foi dia de rumar ao contrário, fugir do brilho das luzes, dos passeios repletos de gente, dos bares a abarrotar, das festas multitudinárias e saltar a 125, rodar no sentido da serra, derivar em Moncarapacho e perde-nos numa estrada sem sinalização, a caminho de Bela Romão.

A ideia era seguir os passos de “MODÊ-ALI” e do seu grupo de Teatro saltimbanco, o “Te-Atrito”, que estavam programados para a “Chafarica de Moncarapacho”, ou melhor, de Bela Romão, um lugar onde falta a luz e as placas toponímicas, que nos informem quando chegamos, se já lá estamos, ou se ainda temos de continuar até encontrar.

Mas finalmente e por acaso, porque nisto das viagens noturnas por sítios desconhecidos, o acaso também é importante, que o diga Vasco da Gama, lá encontramos o nosso “Modê-Ali” em pessoa, disfarçado de paisano, à porta da Chafarica, para nos dizer que o teatro era “ali”.

Da Chafarica, um projeto interessante e muito nobre, que ainda não é da dimensão do sonho do seu mentor, falaremos mais tarde, porque promete vir a ser no futuro, um centro de arte e convívio muito interessante, que é capaz de valer a pena frequentar.

Num terreiro ao ar livre, com todas as semelhanças a um anfiteatro de luta de galos, em que tudo era improviso, mas que em pouco tempo ficou repleto de público e mais espaço houvesse, para aqueles que tiveram de encontrar lugar em bancos improvisados, assistimos à exibição de um conto das arábias, uma história muito simples, que nos descrevia a génese humana.

Das “Artimanhas de Modê-Ali” o vendedor de tapetes voadores com três velocidades e de Al-Xeringa, o cúmplice que afinal era patrão, que prometiam fazer voar tapetes, dominar cordas e cobras venenosas, ou fazer desaparecer quem cá estava, que já não está, ficou-nos a grata satisfação de confirmar mais uma vez, que nos palcos saltimbancos, brilha o rudimento dos meios, mas sobra um talento muito particular.

Apesar do sotaque, que uma ou outra vez derivava, a história que nos foi contada, divertiu, agradou e fez-nos rir com prazer.

Até a expressão de desalento sentida pelo senhor Marafad, quando descobriu que os tapetes não voavam, que as cobras não eram originais e que as moedas de ouro se tinham evaporado, impediu que déssemos o nosso triplo voto “mais”, àquele grupo fantástico, que entre poeiras e improvisos, justificaram as parcas moedas, com que no final foram contemplados, pelo muito público presente, ganhando alento para a exibição seguinte.

Resumindo, valeu a pena termos andado perdidos pelas estradas de Moncarapacho, quando afinal a “Chafarica” fica a dois passos da 125, pela entrada da Macoter, valeu a pena a hora e picos que ali passamos, valeu a pena o desvio do programa de uma noite que prometia aromas e figuras de capa, valeu tudo quanto deixamos para outro dia, gratos por confirmar, que o Algarve, também tem vida nas noites de sexta feira, para lá da 125.




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