As boas notícias são sempre bem vindas, mesmo quando nos suscitem alguma expetativa, mas as boas notícias também tem a ver com o portador, que pode ser mais ou menos credível, com o contexto conjuntural, que pode ser ou não ser o ideal e com a avaliação que fazemos, face ao quadro a que reportam, essas notícias.
Tudo isto a propósito do anúncio feito por Pires de Lima, o novo ministro da economia, quando da sua visita ao Barlavento Algarvio, em que deixou o anúncio de investimentos, que apesar de não serem propriamente planetários, parecem ser pelo menos os possíveis de concretizar, desde que haja vontade e claro, intenção.
Os quinze milhões de euros que foram ontem anunciados para os portos do algarve, dez milhões para Portimão e cinco para Faro, não sendo propriamente uma verba milagrosa, já permite avançar com obras que abram caminho à potenciação daqueles dois portos, com especial enfâse para o porto de cruzeiros de Portimão, que está a perder todos os dias terreno para outros destinos, mais qualificados estruturalmente.
Não nos interessa discutir neste momento se a verba anunciada, chega ou não chega para transformar Portimão num destino capaz de receber os monstros do mar turístico, mas comparativamente com o que ali temos neste momento, desde que se avance no sentido de triplicar ou quadruplicar para já, a capacidade da estrutura portuária para navios de cruzeiro, peço desculpa a quem discorda, mas já não está mal, é o que temos.
Não vamos fazer aqui um desenho muito complicado, sobre os benefícios que essas obras podem trazer à cidade, à economia regional e à promoção do Algarve.
Não vamos já proclamar que o anúncio ontem feito, não passa de uma promessa igual a tantas outras cantadas em tempo eleitoral.
Não vamos duvidar já da própria palavra de um ministro, que enquanto não demonstrar o contrário, merece o nosso voto de confiança.
Vamos ficar na expetativa e a aguardar que os projetos em causa, arranquem, para no final, voltarmos a comentar o assunto.
Carlos Santomor
